2013/02/28

Conferência - “DNA, domesticação e selecção de cavalos”

O Centro de Biotecnologia dos Açores (CBA) iniciou um ciclo de palestras com o intuito de apresentar à comunidade o seu trabalho de investigação. Esperando desta forma contribuir para uma maior aproximação entre a comunidade científica e a sociedade.

Estas palestras apresentadas mensalmente decorrerão no Auditório da Universidade dos Açores, no Pico da Urze, Angra do Heroísmo, nas primeiras segundas‐feiras de cada mês entre as dezoito e as vinte horas. O tema desta semana é “DNA, domesticação e selecção de cavalos” que será apresentada pela Dra. Maria Susana Lopes e terá lugar já na próxima segunda‐feira, dia 4 de Março, das 18 às 20 horas.

O Centro de Biotecnologia dos Açores da Universidade dos Açores foi escolhido pela comunidade científica internacional para organizar o “10th International Equine Genome Mapping Workshop” no ano de 2013 a ter lugar de 10 a 13 de Julho no Terra Nostra Garden Hotel em S. Miguel, Açores-Portugal.

Os “International Equine Genome Mapping Workshops” realizados de dois em dois anos são promovidos e parcialmente patrocinados pela Fundação Dorothy Russell Havemeyer desde 1995. Estes workshops têm como principal objectivo aproximar os investigadores (dos 5 continentes) de genómica de cavalos, para divulgação, promoção e troca de conhecimento.

Os organizadores dos workshops são responsáveis pela logística, pela organização científica e lúdica e pela publicação dos resumos.

Trata-se de uma oportunidade única e digna para promovermos a investigação realizada pelo Centro de Biotecnologia dos Açores nesta área, a Universidade dos Açores e a Região.

Jantar convívio na Residência Universitária do Morrão


Unidos para uma Gestão adequada dos Recursos

No passado dia 22 de fevereiro, sob a coordenação do Gabinete de Apoio ao Aluno, realizou-se um jantar convívio na Residência Universitária (RU) do Morrão tendo como objetivo a sensibilização dos residentes para uma gestão adequada dos recursos, nomeadamente no que concerne aos consumos de água, luz e gás bem como à reciclagem e reutilização de materiais.



O jantar realizou-se na sala de convívio da RU, onde com a ajuda de alguns dos residentes foram organizadas e ornamentadas as mesas e o espaço envolvente (reutilizando materiais). A refeição teve início aproximadamente pelas 19h45, tendo como imagens de fundo um powerpoint preparado para o efeito e música ambiente selecionada pelos residentes.


Após o jantar, em ambiente descontraído, foram vistos e comentados alguns vídeos alusivos ao tema, tendo os residentes presentes apresentado algumas soluções ecológicas fruto das suas próprias experiências e conhecimentos pessoais e académicos sobre a matéria, alguns exemplos:
  • Alunos estrangeiros falaram acerca do modo como a reciclagem é aceite nas suas zonas de origem;
  • Sugestão de colocação de garrafas de água cheias dentro dos autoclismos de modo a reduzir o consumo em cada descarga;
  • Reutilização dos sacos de compras em supermercado para as cozinhas e Wc da RU Morrão;
  • Proposta de estudo dos consumos na RU Morrão lançada pela aluna de Mestrado Raquel Pereira

Seguiu-se uma dinâmica de grupo, também alusiva ao tema, onde através do recurso a mímica, um aluno tentava passar a mensagem aos restantes que tinham de adivinhar a palavra ou frase em questão. Esta dinâmica gerou a participação ativa dos residentes que colaboraram nesta iniciativa - suscitando momentos de grande diversão. 
 
Um bem haja a todos!

Porque no fim de contas - estamos juntos por uma UAC melhor!

 

2013/02/27

Açores - Preparar o Futuro



Decorreu nos dias 22 e 23 de fevereiro a conferência 'Açores - Preparar o Futuro', organizada pela Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo, no auditório da EBS Tomás de Borba.

Esta conferência contou, no dia 22, com a presença dos professores do Departamento de Economia e Gestão:

- Nuno Martins, com a comunicação "Oportunidades e Ameaças para Combater a Crise", enquadrado no Painel 1: Açores - Enquadramento Regional, Nacional e Internacional; e

- Rui Luís, que falou sobre "Empreender e Inovar", no Painel 2: Estratégias de Futuro.

No dia 23, sábado, o Prof. Doutor Alfredo Borba, do Departamento de Ciências Agrárias, moderou o Painel 3: "Indústria - Inovação e Crescimento."

A Câmara do Comércio de Angra do Heroísmo cedeu, muito gentilmente, 20 lugares para os alunos do curso de Gestão na ilha Terceira assistirem à conferência.

2013/02/25

Nós e os Livros - O Regresso


As sessões 'Nós e os Livros' recomeçaram na passada sexta-feira (22 de fevereiro), com a presença de Miguel Monjardino, que apresentou a Ilíada de Homero.

Foi com grande agrado que vimos a sala de reflexão encher com uma audiência composta por alunos, professores, e muitos visitantes da comunidade angrense.

Miguel Monjardino transmitiu-nos com grande eloquência, não só os traços gerais da obra, mas sobretudo a sua importância como representação de um certo ideal de vida, e das posturas constrastantes de Aquiles e de Heitor, personagens que partem para a ética da guerra de perspectivas pessoais completamente alheias. Não se perdeu a pungência de momentos como a morte de Pátroclo ou a preparação do corpo de Heitor, nem a profundidade do amor de Heitor e Andrómaca, para citar apenas algumas das instâncias da palestra.

Deixamos algumas imagens de uma bela sessão que não deixou ninguém indiferente.


Aula Aberta com Maduro Dias - Algumas notas



O historiador Francisco Maduro Dias deu no passado dia 19 de fevereiro uma aula aberta no Campus de Angra do Heroísmo, Universidade dos Açores, no âmbito da disciplina de Empreendedorismo do curso de Gestão.

O auditório encheu com alunos de todos os cursos.

Maduro Dias começou por observar que os contos tradicionais ensinam às crianças o que é o sacrifício por um objectivo, muitas vezes dirigido ao bem-estar de outros, transmitindo modelos de acção. As versões 'soft' mais recentes não preparam as crianças tão bem. Por exemplo, na história tradicional, o Capuchinho Vermelho faz várias perguntas ao Lobo Mau, disfarçado de Avozinha; a criança interioriza este comportamento, e ao crescer sabe, embora não de forma consciente, que deve colocar várias questões antes de se envolver num projecto.

Maduro Dias enfatizou a ideia de que nos Açores e em Portugal não temos a apreciação correcta das circunstâncias. Há um discurso recorrente de 'se houvesse isto...', 'se fossemos como...', que se contrapõe a exemplos como o de Israel que sedeou a sua Estação Agronómica Nacional em pleno deserto Negev, desenvolvendo técnicas pioneiras como a rega gota-a-gota e a hidroponia. A história mostra que ou usamos o que temos ou somos colonizados por outros povos.
O historiador recomenda o livro "Estratégia Lusitana" de José Rafael Nascimento (de Gestão) e do Tenente-Coronel Paulo Lopes da Silva (Exército, Cavalaria - a elite das Forças Armadas).

Um exemplo de empreendedorismo nos Açores foi Frederico Vasconcelos que comprou vinho de má qualidade aos agricultores, transformou-o em vinagre de boa qualidade e exportou-o. Esta atitude demonstra sagacidade na compreensão das necessidades e na capacidade de adaptação do que temos ao que devemos oferecer.

A história dos Açores compreende vários destes episódios em que se percebeu uma necessidade no 'outro' e se utilizaram os recursos locais para a satisfazer, tais como, o cultivo do trigo para as praças no Norte de África, a exportação do pastel, nos séculos XVI, XVII e XVII, o dealbar das cidades de serviços com Angra a abastecer navios, a cultura da laranja, em que os Açores forneceram Inglaterra quando Espanha foi invadida pelo exército napoleónico, a baleação e a imigração para os EUA e Canadá e o ciclo da vaca, iniciado com o 'Plano Pecuário dos Açores', durante a ditadura, num contexto em que cada colónia se especializava num tipo de produção.

Um exemplo com particular interesse são as caixas de cedro do século XVI, objectos de grande dimensão que eram exportados completamente montados, sem as condições de embarque de hoje, e bastante valorizadas pela Europa. Um comentador da época observava que estas arcas não eram tão trabalhadas como as de Antuérpia, mas que eram muito bonitas pelos engastes com madeiras de cores (sanguinho, pau branco, etc.). Em Angra chegaram a estar registadas 72 oficinas de caixas de cedro, aproximadamente as mesmas que em Lisboa. É um exemplo de como não tentaram imitar o produto de Antuérpia, mas conseguiram aproveitar um recurso que começou por ser subproduto da desmatação para pastoreio, de uma forma única e bastante apreciada.

2013/02/24

RCE Açores - Unindo para a Sustentabilidade


A Doutora Alison Neilson é post-doc na Universidade dos Açores há cerca de 5 anos, e tem trabalhado em educação ambiental e investigação interdisciplinar com o Grupo da Biodiversidade dos Açores.

Alison, tu trouxeste a ideia de uma RCE (Regional Centre of Expertise ou Centro Regional de Peritos) para os Açores. Fala-nos um pouco disso.
Eu sabia que a universidade estava a trabalhar com diversas organizaçãoes e pensei que seria boa ideia formalizar essas colaborações como uma RCE. A Rosalina Gabriel aceitou o desafio como co-coordenadora e, em 2009, começamos com a Universidade dos Açores, a Associação para a Defesa do Património Marítimo dos Açores, a AMPA-IT Associação de Mulheres dos Pescadores e Armadores da Ilha Terceira, Ilhas em Rede - Associação de Mulheres na Pesca nos Açores, Câmara Municipal da Praia da Vitória, Escola Secundária Jerónimo Emiliano de Andrade, Ecoteca de Angra do Heroísmo e Gê-Questa - Associação de Defesa do Ambiente.

O que é a RCE Açores?
A RCE Açores é uma rede informal de redes, organizações e pessoas que tem como finalidade apoiar o trabalho para a educação sustentável. Estas redes trabalham para atingir os objectivos da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Quando a RCE Açores se formou havia cerca da 60 RCEs no mundo, 2 das quais em Portugal (RCE Porto Metropolitan Area e  RCE CREIAS-OESTE). Actualmente, há 116 RCEs por todo o mundo. As RCEs destinam-se a ligar as organizações que trabalham nos diferentes pilares da sustentabilidade (ambiental, económico, social e também cultural e espiritual), já que estas, pela sua natureza, tendem a trabalhar apenas com outras organizações ligadas à mesma área. A RCE Açores destina-se a ligar não apenas as organizações da ilha Terceira, mas, idealmente, de todo o arquipélago, o que tem sido o nosso maior desafio devido aos custos de transporte e de logística.

A RCE Açores tem desenvolvido diversos projectos. Quais são os que mais gostarias de destacar?
O concurso de fotografia de 2010 foi sem dúvida um sucesso - tivemos 90 fotografias, de todas as ilhas. Fizemos posters com as fotografias, que estão disponíveis para quem quiser utilizá-los, seja para fins científicos, didácticos ou até para um professor usar numa aula de arte. Cada poster conta uma história e destinam-se a ser partilhados com quem quer que seja.

Outro projecto interessante foi um inquérito aplicado por duas das estagiárias que recebemos pelo programa Leonardo da Vinci (já tivemos 5 estagiárias desde 2011 e vamos receber mais duas em Abril). O inquérito procurava determinar o que as pessoas entendem como sustentabilidade, e como percebem o papel das ONGs. Não nos limitámos às organizações pertencentes à RCE Açores. Os resultados deste inquérito são muito úteis pois permitem entender como as organizações devem trabalhar as suas estratégias de comunicação e de visibilidade.

Quais são os próximos passos?
Queremos desenvolver mais as ligações às outras ilhas. Queremos também oferecer formas para as organizações trabalharem em conjunto, nomeadamente através de reuniões informais e workshops, para se desenvolverem profissionalmente e melhorarem o seu alcance. É difícil encontrar financiamento para isso, já que a RCE Açores é de cariz completamente voluntário. Ao mesmo tempo, por vezes surgem oportunidades de enviar as pessoas a eventos das Nações Unidas - já conseguimos enviar um colaborador a uma reunião na Alemanha e outra ao Brasil, por exemplo.

A próxima reunião da RCE será na Casa do Sal, no dia 28 de Fevereiro, pelas 17:30 (ordem de trabalhos).

Uma última pergunta: o que são as 'Bebidas Verdes'?
As Bebidas Verdes são encontros informais, descontraídos, que decorrem pelo mundo todo, desde Singapura, Paquistão, Estados Unidos, etc, para reunir localmente pessoas interessadas em questões ambientais. Aqui na Terceira já tivemos duas reuniões, que têm servido para as organizações se darem a conhecer e, esperamos, potenciar as colaborações. Por outro lado, também são uma forma das pessoas que estão interessadas em participar se envolverem, e testarem as águas, sem terem de se comprometer logo com uma determinada organização. Todas as pessoas são bem vindas às Bebidas Verdes e às actividades da RCE Açores. As reuniões são mensais e têm lugar na Casal do Sal, que é um espaço fantástico.


Alison, muito obrigada pela entrevista! Bom trabalho!

Siga a actividade da RCE Açores no Facebook.