2013/03/28

Foreigner perspectives - an Egyptian in the Azores





As the researchers always wandering in search of a suitable atmosphere for their research, I came from Egypt to the Azores hoping to find my target. Maybe you will ask me, ‘How could you leave such historical and touristic country to come to an isolated island?’ But, interestingly, I will answer you that I found in the Azores both attractive elements for scientific work and for social life.

I have started my journey within these wonderful islands in 2009, when the University of the Azores, represented by one of the dignified professors, accepted me as a Ph.D. student at the Department of Agrarian Sciences. During my stay, I became closer to the Azorean people, who make me wonder, ‘how could these people accept others so smoothly?’ Not only that, but also they try hard to make more effort to let you enjoy your stay and after all of these, you will always listen one question, ‘are you enjoying your stay here in the Azores?’ Really, they are amazing people.

As for my work, I found the laboratories of the university containing sufficient equipment, which allows the researchers to go through their scientific research.

Moreover, the university here supports most of the participations in national and international conferences, to enrich the scientific exchange. Eventually, even if my Azorean life has not finish yet, but by the end of this journey, I discovered that I gained more than what I aimed, a lot of friends, nice memories, besides my Ph.D., and also a little boy learned and speaks Portuguese very well and he always argues with me if I did not pronounce the words conveniently, as he wishes.


Marwa Faheem

2013/03/26

Monitorização dos ecossistemas aquáticos - a investigação da Carolina Pereira




No passado dia 8 de Março, a Carolina Pereira defendeu a sua tese de mestrado intitulada "Caracterização das comunidades bentónicas de sistemas lóticos da Ilha Terceira ao longo do gradiente altitudinal - Diatomáceas Bentónicas"  no âmbito do Mestrado em Engenharia e Sistemas de Gestão de Água, sob orientação do Prof. Doutor Rui Elias e do Prof. Doutor Vitor Gonçalves. O júri foi constituído pelo Prof. Doutor Rui Elias, Prof. Doutora Rosalina Gabriel, Prof. Doutor José Fontes e Prof. Doutor Vitor Gonçalves, que aprovou a tese com nota de 17 valores.

Como te envolveste na investigação científica? Como surgiu o tema da tua tese de mestrado?

Com o findar da licenciatura existem duas opções para os jovens de hoje em dia, ou saem para um mercado de trabalho sem experiência ou prática alguma, ou continuam os seus estudos, no meu caso com o Mestrado. Desta forma, na busca de novos desafios e de alguma experiência profissional optei por continuar a adquirir conhecimentos teóricos e práticos na realização de uma tese, envolvendo-me assim na investigação cientifica.

A minha tese tem como tema: "Caracterização das comunidades bentónicas de sistemas lóticos da Ilha Terceira ao longo do gradiente altitudinal - Diatomáceas Bentónicas" e este surge devido à importância que estas comunidades desempenham na monitorização dos ecossistemas aquáticos, em especial, massas de água interiores como as ribeiras, que são abundantes no Arquipélago dos Açores. Desta forma, sendo uma área pouco estudada na Ilha Terceira, optei por realizar esse estudo em algumas das ribeiras da ilha. 

A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?

Das diversas conclusões que foram analisadas, a observação de 74 novos taxa para a Ilha terceira e 12 para os Açores de diatomáceas bentónicas, vem contribuir para o melhor conhecimento destas comunidades nos Açores e também na Ilha Terceira que eram pouco estudadas. A ocupação do uso do solo também revelou grande influencia  na qualidade ecológica dos sistemas lóticos ao longo do gradiente altitudinal, sendo que nas zonas urbanas ou de menor altitude, se verificou pior qualidade dos mesmo. Desta forma seria uma aplicação possível a observação destas comunidades para uma monitorização regular destes meios lóticos de forma a preservar a sua qualidade.

 Carolina, vais continuar na investigação? Qual é o próximo passo?

Apesar da investigação cientifica ser uma mais valia para o investigador a nível pessoal e profissional, cada vez se torna mais difícil conseguir prosseguir apenas com esta vertente excluindo assim o inicio de uma vida profissional activa.

A possibilidade de uma bolsa de Doutoramento seria um passo aliciante a seguir tendo como objectivo prosseguir com o mesmo tema de trabalho mas alargando a todas as ilhas do Arquipélago dos Açores.

Parabéns Carolina e fazemos votos para que a bolsa de Doutoramento chegue em breve!

2013/03/25

Memórias do Campus de Angra do Heroísmo - por Jorge Figueira


O "Há Vida no Campus" considera que chegou a altura de se dar o devido relevo ao autor dos edifícios que compõe o nosso Campus. Jorge Figueira, arquiteto, do Porto, foi o responsável pela conceção de todos os edifícios que compõe o Campus de Angra. Em discurso direto, Jorge Figueira retrata cada um deles, com as suas próprias fotos:


 "O primeiro edifício que foi construído – o edifício do Auditório, Aulas e Biblioteca – foi uma emoção enorme porque se tratava da peça inaugural do Campus. Decorria de um primeiro plano cujo programa foi proposto e abandonado pela Universidade dos Açores por ser demasiado ambicioso; tinha previsto, por exemplo, um grande auditório e uma biblioteca. Este edifício estava inserido nesse primeiro programa, e a ideia da Universidade era que o auditório aí previsto pudesse tomar o lugar do outro e que algumas salas de aula do último piso pudessem ser adaptadas para aí funcionar uma biblioteca, improvisada.

Um rude golpe aconteceu quando um técnico, suponho que do Ministério de Educação, vindo do continente, impediu que o previsto revestimento parcial do edifício, em azulejo, fosse executado. Corresponde a parte que foi depois pintada de vermelho-tijolo. Felizmente esse impedimento não ocorreu no átrio exterior que tem esse revestimento, e que acho que funciona muito bem. Não foi só a imagem do edifício que perdeu mas a sua durabilidade já que o reboco pintado tem um tempo curto de resistência e o azulejo ficaria para sempre. 

Tenho um grande afecto por este primeiro edifício. Gosto do átrio exterior em azulejo que marca uma espécie de espaço cerimonial de acesso ao edifício – não se está dentro nem fora do edifício, mas a caminho; do átrio verde e das escadas pretas; do espaço de transição elevado com duas janelas nos topos; e o auditório, mesmo que não seja o grande auditório que se esperava, penso que tem dignidade e é confortável.

Gosto também muito do tema da fotografia que escolhi: o volume branco ortogonal sobre o pano de vidro do auditório, em desafio da gravidade. Está aqui aquilo que seguiríamos nos próximos projectos: com relativamente pouco meios, e sem excessos formais, mostrar que o Campus não seria feito com uma arquitectura burocrática ou igual a tantas outras. 

Em respeito pelo lugar, mas sem subserviência; afinal, não é todos os dias que se ergue uma Universidade; o edifício queria também dizer isso, sem alarido. 

O professor Alfredo Borba foi um cliente atento, exigente e compreensivo e na minha experiência directa a ele se deve, particularmente, o arranque desta obra, e a execução das restantes.


O segundo edifício a ser construído foi o dos Serviços de Acção Social, Desenhado já no contexto da reformulação do Campus que me foi pedida pela Universidade. A ideia era desenhar um pavilhão que pudesse funcionar como um primeiro momento de relação com a paisagem e que permitisse lançar o Campus à cota abaixo da rua entretanto construída. Foi projectado em relação com o futuro edifício Interdepartamental; os dois criariam uma praça, momento chave do espaço público do Campus. 

A ideia deste edifício foi jogar com uma forma muito enfática – um edifício em “degraus” – mas não colocados na direcção da paisagem, como seria mais evidente. Os “degraus” do edifício são colocados na transversal dessa direcção natural do terreno, em direcção à praça do Campus e do Interdepartamental. 

O que se pretende dizer é que um edifício é sempre algo de artificial, e que embora possa respeitar a paisagem não tem que a mimetizar. Por dentro, ao esquematismo dos “degraus” do volume quis contrapor uma geometria mais refinada como é a que desenha a rampa em balanço em diagonal que permite o acesso à cantina pela cota alta. É o edifício mais difícil e mais ambicioso do conjunto.



O Interdepartamental é a grande estrutura do Campus, e um edifício muito complexo do ponto de vista das infra-estruturas dos laboratórios das várias áreas de investigação. Passamos por inúmeras fases, com um diálogo muito exigente com os responsáveis dos laboratórios e com a nossa equipa de especialidades. 

Do ponto de vista urbano, este edifício tenta resolver um problema: a rua que tinha sido construída dizia respeito à primeira fase do Campus, de muito maior dimensão e complexidade. De repente, era uma rua excessiva para a quantidade de edifícios previsto. Por isso colocamos o edifício em ponte, transversal à rua, como forma de remate. 

Depois tratava-se de rentabilizar ao máximo o pouco espaço que podíamos construir para um tão grande número de laboratórios e de gabinetes. Por razões de custo, o corredor nunca poderia ser muito largo por isso tentámos tirar partido do seu comprimento. As rampas e espaços exteriores tentariam compensar a pequena dimensão que o orçamento disponível nos exigia.  

Do ponto de vista da imagem exterior, as fachadas teriam que ser muito moduladas e eventualmente sem grande interesse. Não haveria orçamento para grandes panos de vidro ou soluções tecnologicamente avançadas. A ideia na fachada dos laboratórios foi usar uma caixilharia normalíssima e de baixo custo, já que o desenho do alçado seria feito num plano avançado com peças de grande dimensão de um composto de betão pré-fabricado. A fachada propriamente dita podia ser banal, porque estes elementos afixados dariam ao edifício a singularidade e a elegância que o sítio e o programa exigiam.

Na fachada dos gabinetes quis levar ao limite a necessária repetição, cobrindo todo o plano com janelas muito particulares: inspiradas no Yellow Submarine, dos Beatles, o que me parecia justo já que a presença do mar, no horizonte, cortava-me sempre a respiração quando visitava o Campus – e os Beatles ensinaram-me a respirar. A linguagem algo náutica do edifício vem daí.




O Edifício da Associação de Estudantes é a mais pequena e simples das 4 estruturas, mas tem um papel fundamental. Cria um primeiro plano, quando se chega ao Campus, já que o Edifício do Auditório, Aulas, e Biblioteca não foi projectado para ser visto isoladamente (no projecto inicial havia um edifício no sítio do da Associação de Estudantes). Mais uma vez, tratou-se de encontrar o máximo de expressão com poucos meios: o piso da cobertura a funcionar como terraço; a criação de uma pequena praça entre este e o edifício inaugural.

O pedido para projectarmos uma “sala de reflexão” deu-nos o motivo para criarmos uma pequena peça que entendemos como um gesto de boas vindas ao Campus, misteriosa mas, parece-me, com uma escala e forma amigáveis. O vidro espelhado reflecte as árvores e no interior está num plano elevado; a reflexão obriga ao corte de uma relação directa com o exterior. Embora mais modesto tenho um grande afecto por este edifício, que perdeu as cores dos anteriores, também para marcar uma diferença. Entendendo-se que aqui são os estudantes que fazem o colorido…

Fizemos ainda o ante-projecto de um Pavilhão Gimnodesportivo que, implantado à entrada do Campus, seria a peça chave de relação do espaço do Campus com a cidade. Seria também, ou será, um edifício radicalmente distinto dos anteriores; como cada um dos 4 é muito diferente entre si."

O nosso agradecimento ao arquiteto Jorge Figueira. Fica aqui expressa a nossa pequena homenagem ao seu grande trabalho. Bem haja!

2013/03/24

São Pedro é amigo dos alunos de Gestão!


Ontem, 23 de março, as turmas de Gestão do Campus de Angra realizaram um passeio pedestre ao Monte Brasil, com visita ao Forte de São Diogo e à parte histórica do Castelo de São João Baptista. Agradecemos a São Pedro o excelente tempo - tínhamos saudades do sol!
Nosso guia, Prof. David Bedo, a liderar.

O cais do Castelo

A caminho!

Primeiros vislumbres do Forte de São Diogo







Deixamos ainda algumas fotografias do belíssimo passeio à Lagoinha da Serreta, no final do primeiro ano de aulas (2011).




2013/03/23

A mosca-do-Mediterrâneo em estudo





Liliana Sofia Soares Marques defendeu a sua tese de mestrado sobreA Influência da Paisagem, dos factores ambientais e taxa de infestação na densidade na mosca-do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wiedemann) (Diptera : Tephritidae) na Ilha de São Jorge – Açores”, no passado dia 14 de Março. O júri foi constituído pelo Prof. doutor Paulo Alexandre Vieira Borges, Prof. Doutor David João Horta Lopes, Prof. Doutor José Carlos Goulart Fontes, Prof. Doutora Ana Maria Martins Ávila Simões e Prof. Doutor Rui Miguel Pires Bento da Silva Elias, que aprovou a tese, com nota de 15 valores.

Em primeiro lugar, as nossa felicitações por concluíres esta etapa. Como te envolveste na investigação científica? Como surgiu o tema da tua tese de mestrado?

Quando terminei a minha licenciatura em Engenharia do Ambiente, para adquirir mais conhecimentos numa área que me atraia muito fiz o meu mestrado A Influência da Paisagem, dos factores ambientais e taxa de infestação na densidade na mosca-do-Mediterrâneo (Ceratitis capitata Wiedemann) (Diptera : Tephritidae) na Ilha de São Jorge – Açores. Ao mesmo tempo envolvi-me na investigação científica através do programa estagiar L, e comecei a tomar consciência com alguns problemas relacionados como impacto limitador das pragas na produção vegetal.

O tema da minha tese adveio da minha preocupação em observar a influência das áreas circundantes das parcelas produtivas na abundância das pragas das culturas, em especial da mosca-do-mediterrâneo, e da minha colaboração no projeto de cooperação inter-regional CABMEDMAC (PCT-MAC) coordenado pelo Prof. David Horta Lopes, que tem num dos seus objetivos estudar medidas alternativas ou de limitação natural como forma de combate às “moscas da fruta “na Macaronésia e em Cabo Verde, incidindo o seu desenvolvimento nos Açores nas ilhas Terceira e S. Jorge, esta última foco do meu trabalho de mestrado.

A tua tese chega a algumas conclusões bastante interessantes. Como é que vês a sua aplicação?

Sim, de facto depois de analisar o trabalho desenvolvido é importante referir duas grandes linhas de trabalho com as respetivas conclusões. A primeira que incidiu no conhecimento aprofundado da dinâmica e evolução populacional desta praga nas zonas de produção frutícola da Ilha situadas a Norte e Sul, cuja monitorização e analise de infestação dos frutos permitiu identificar os principais focos de infestação da mosca e permitiu saber que a Norte a praga aparece um mês depois de iniciar o seu aparecimento a sul, o que em termos de intervenção no sentido de limitar quer as populações quer os prejuízos é muito importante. Lá influem, como a temperatura, a diversidade das espécies vegetais e a orografia do terreno, chegamos a conclusão que a abundância desta praga, em S. Jorge está muito dependente principalmente a abundância das fêmeas dos fatores climáticos e em especial da temperatura (70%), embora as interações entre estes diferentes fatores possam também condicionar a sua abundância mas em menor escala.

Liliana, vais continuar na investigação? Qual é o próximo passo?

Eu adorava continuar na investigação, até porque agora que este trabalho terminou existem alguns aspetos, como este relacionado com a interação da vegetação e o clima (temperatura) na abundância desta praga, merecia um maior estudo e porque gosto muito desta área. Mas infelizmente a conjuntura que nos encontramos de momento não permite tal ambição.
 
Obrigado Liliana, votos para que a tua ambição se concretize!